segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Email do Trabalho

Decidi postar aqui o conteúdo de um email que recebi da administração da empresa onde trabalho. Desnecessário dizer que fiquei muito chateado ao ler essa mensagem...

--------------------------------------------------------------------------------------

Caros Colegas,

Mais uma vez venho chamar a atenção de todos para o problema de roubo de laptop e outros (bolsas, mochilas) que vem ocorrendo com frequência na  Marginal Pinheiros/Av. das Nações Unidas em ambos os sentidos, nos horários de rush. A maioria dos casos ocorre no sentido Interlagos, entre as pontes do Morumbi e Transamérica, e no sentido Castelo Branco entre as pontes Morumbi e Bandeirantes. Criminosos armados, utilizando motocicletas e aproveitando a lentidão do trânsito abordam tanto carros de passeio como táxis, visando maletas de laptop, mochilas ou bolsas que estejam nos bancos dos passageiros (na frente ou atrás).

Do início do ano até agora, diversos funcionários relataram que já foram vitimas deste tipo de crime. Também tenho conhecimento de funcionários de outras empresa vizinhas que tiveram seus pertences roubados dentro do carro no meio do trânsito. Diferente do “modus operadi” utilizado anteriormente, hoje em dia os criminosos abordam a vítima baseado apenas na possibilidade de que a pessoa tenha o objeto em questão, o que nesta região é muito alta.

Desta forma, aproveito para lembrá-los mais uma vez de alguns procedimentos básicos de segurança em deslocamentos que podem reduzir, e muito, as chances de ocorrências similares:

  • Coloque sempre seu laptop no porta-malas. O mesmo serve para bolsas, sacolas, mochilas que possam chamar atenção;
  •  Antes de embarcar em um veículo de passeio ou táxi, observe a sua volta. Caso você sinta que pode estar sendo observado, postergue a sua saída – acredite no seu instinto;
  •  Lembre-se que o estacionamento do CENU tem tolerância de 15 minutos para embarque e desembarque. Desta forma, embarcar em um táxi no 2º subsolo é uma possibilidade viável e bem mais segura;  
  •  Ao término do expediente, antes de entrar no carro, tire o paletó e a gravata, pareça mais casual. Os criminosos observam mais executivos, pois as chances destes profissionais estarem carregando um laptop por exemplo, são grandes;
  •  Antes de sair do estacionamento, cheque se as portas do carro estão travadas e as janelas fechadas, e esteja  sempre atento aos espelhos retrovisores. Estes são procedimentos básicos –coloque-os em prática;
  • Evite conversas ao celular enquanto estiver dirigindo, principalmente, em locais de trânsito muito lento. O celular tira a atenção do motorista, tornado-o um alvo vulnerável, além do quê pode provocar acidentes;
  • Varie seu horário de saída, e procure  caminhos alternativos. Sempre que possível, evite os horários de trânsito mais pesado. Congestionamentos facilitam a ação de bandidos.


Estou a disposição de todos para maiores esclarecimentos.

Atenciosamente,

XXXXXXXX

-------------------------------------------------------------------------

Acho que nem preciso escrever mais nada aqui...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dinheiro (não) compra felicidade?!?

Recentemente vários jornais e revistas daqui noticiaram uma pesquisa realizada por um grupo da  Universidade de Princeton sobre o valor (monetário ou financeiro) da felicidade. Pra quem não leu, abaixo segue o link de uma das matérias. 

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,dinheiro-pode-sim-comprar-alguma-felicidade-mostra-estudo,606056,0.htm

Sem querer entrar naquelas piadinhas do "dinheiro não traz felicidade, manda buscar" (ou similares), gostaria de comentar um pouco os resultados da pesquisa. Acho que tem muito a ver com o Canadá e, por que não, com minha situação atual.

Segundo a pesquisa, o "teto" até onde mais dinheiro traz mais satisfação gira em torno de 75mil dólares americanos por ano. Isso não quer dizer que se você ganhar mais do que isso por ano será infeliz, muito pelo contrário. Isso quer dizer que o dinheiro para de fazer uma diferença significativa na sua felicidade a partir dessa quantia.

Com os 75mil dolares americanos, um indivíduo pode suprir, com relativa folga até, as necessidades "básicas" de toda pessoa, como moradia, alimentação, vestimentas, etc... e até um pouco de lazer também. Ainda segundo a pesquisa, ganhar mais do que isso traz alguma satisfação, mas não muita. Até porque, em grande parte dos casos, rendimentos maiores do que isso estão diretamente relacionados ao incremento no trabalho (mais responsabilidades ou uma promoção, por exemplo), ou mesmo mais de um emprego. Em ambos os casos, a pessoa acaba por ter menos tempo e disposição para usufruir dos ganhos.

Isso tem muito a ver com o Canadá, principalmente quando olhamos para a pesada carga tributária. Explico: Conforme o rendimento cresce, a mordida do leão fica proporcionalmente maior, chegando a ser abusiva até. Logo, os ganhos financeiros de um aumento de salário ficam tão diluídos que a tal promoção no emprego fica pouco atrativa!

Imagine um quebecois, Jean-Pierre. Ele trabalha em um escritório e ganha uns 50 mil dólares anuais. Certo dia, o chefe dele chega e diz: Tabarnac, digo, Jean-Pierre, você é um cara trés-cool e vai ser promovido a gerente. Antes de ficar feliz e encher a cara, Jean-Pierre faz as contas: Ganho 50 mil. Como gerente, devo ganhar uns 60. O aumento anual é de 10 mil... Bom, tira daí os impostos, já falamos em cerca de 6 a 7 mil. Divide por 12 meses, e estamos falando de cerca de 500-600 dolares a mais no bolso por mês... Jean-Pierre analisa se o trabalho extra todo dia, stress de ter funcionários malas, responsabilidades, etc etc etc valem esses 500 paus... Muitos "Jean-Pierres" por aí vão achar que não, e recusar uma promoção.

Isso por aqui seria um absurdo! Existe essa "necessidade" de sempre ganhar mais e querer mais. A falta dessa ambição é uma falha grave e mal vista pela empresa. Não existe o apego ao tempo livre com a familia e amigos, tempo para o lazer e para fazer o que quiser (mesmo que seja "fazer nada").

Sei lá, me aborrece essa relação de "dependência" das pessoas com seus trabalhos. Eu, pessoalmente, até gosto do que faço, mas não tanto assim. Por isso fico puto qdo tenho que trabalhar além do que combinei com empregadores. Claro, sempre há momentos de crise... mas crise todo dia ou toda semana não né? E o pior é você sair do escritório no horário certo e ouvir daquele babaca do corredor: "O que aconteceu, está desmotivado?"... putz, uma merda...

No fim das contas, sinto falta dessa maneira de ver a vida. Onde o foco (ou centro) não é o trabalho, mas as horas fora dele. E onde ganhar "só" os 75mil por ano é mais do que suficiente! :)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Paulistano gasta em média 2 horas e 42 minutos por dia no trânsito

Olha que beleza... depois ainda me perguntam pq eu fico estressado aqui...

Paulistano gasta em média 2 horas e 42 minutos por dia no trânsito (fonte: estadão.com)

SÃO PAULO - Quase sete em cada dez paulistanos (68%) avaliam o trânsito em São Paulo como ruim ou péssimo. Em média, o motorista gasta diariamente 2 horas e 42 minutos no deslocamento para todas as suas atividades. As conclusões são da pesquisa "Nossa São Paulo/Ibope - Dia Mundial Sem Carro 2010", divulgada nesta quinta-feira, 16.

O levantamento revela que mais pessoas estão dispostas a usar o transporte público - de 40% registrado em 2009, a proporção neste ano subiu para 52%. Mais gente também está deixando o carro em casa. Entre 2008 e 2010, o porcentual de quem usa o veículo todos ou quase todos dias caiu de 30% para 26%.

Quanto ao transporte coletivo, a maioria dos paulistanos (67%) concorda que o setor deveria receber mais atenção dos governos. Mais de sete em cada dez (76%) se disseram dispostos a deixar de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte público.

Em uma escala de 0 a 10, a nota média dada aos ônibus de São Paulo ficou em 5,5. A lotação dos veículos foi o quesito pior avaliado, com média de 3,4. A proporção dos que acham que aumentou a limpeza e conservação dos coletivos, porém, foi de 16% para 32%.

Soluções. Para 68% dos entrevistados, a medida mais importante para atenuar os problemas no trânsito em São Paulo é construir ou ampliar linhas de trem e metrô. Já a porcentagem dos que consideram novos corredores de ônibus importantes para diminuir o problema caiu de 45% em 2009 para 42% neste ano.

A construção e ampliação de ciclovias também ganhou força. Mais de nove em cada dez (92%) são favoráveis, enquanto o grupo contrário caiu de 11% para apenas 5%. Por sua vez, o pedágio urbano no centro expandido enfrenta resistência de 78% dos entrevistados.

A quarta edição da pesquisa foi feita pelo Ibope entre 25 e 30 de agosto. Foram ouvidos 805 paulistanos com mais de 16 anos. A margem de erro é de 3 pontos para mais ou para menos.

domingo, 5 de setembro de 2010

A vitória dos interesses (de poucos)

Tento escrever no blog somente coisas que considero relevantes ao tema proposto. E aos que chegaram a pouco, o tema é algo como: Como se re-adaptar ao Brasil após ter imigrado. Ok, sendo mais honesto, esse blog basicamente fala mal de coisas daqui quando as compara com coisas de lá.

E como não podia ser diferente, aqui vai mais uma coisa que me irrita muito. E não é de hoje, mas lembrei disso hoje e resolvi comentar.

O Brasil é um país de peculiaridades. Tem coisas que só têm/acontecem aqui. Tipo jabuticaba e carro a álcool. Ou o favorecimento de uns poucos perante os bens/orgãos públicos. (Ok, talvez não sejam exclusividade nossa, mas vá lá...)

Ficou vago? Pois bem, vamos lembrar de algumas coisas. Alguém aqui lembra da palhaçada do "Kit de Primeiro Socorros" que se tornou obrigatório em todos os carros do país anos atrás?

Então, algum gênio, provavelmente dono de farmácia ou empresa do ramo, pensou: E se todo mundo fosse obrigado a comprar nossos produtos? Após uma rápida conversa tramóia, todo brasileiro teve que correr pra farmácia pra comprar a porcaria do kit... uma tesourinha besta, gaze, antiséptico... bacana... Depois de uns meses, a lei caiu e todo mundo enfiou o kit no... porta luvas. E os produtores do kit riram a toa.

Os que estão no Canadá não devem ter acompanhado as mais recentes... a onda agora é a cadeirinha para crianças no carro. Ok, nada contra... muito pelo contrário, acho mesmo que precisa. Só que o governo não implanta as cadeirinhas em transporte escolar público, ônibus, metrô, etc... Mas já está multando pais que não usam a cadeira. (que está em falta nas lojas, claro) Se a lei cair em alguns meses de novo, não será surpresa...

Agora, a mais "besta" de todas é a tomada tupiniquim. Achei até uma matéria sobre isso na Veja, "Jabuticaba elétrica". Via canetada do governo (trajado de "comissão de especialistas"), todo brasileiro tem que trocar todos os plugues elétricos de suas casa por um modelo novo.



Claro que eles não podia usar o padrão norte-americano, que todo mundo conhece dos computadores e eletrônicos... Claro que não, usamos um padrão mundial (certificado ISO) que SÓ O BRASIL ADOTOU!!! E dá-lhe vender tomada nova e adaptador pro brasileiros e brasileiras...

Daí vc pensa? Que se dane, ninguém me obriga a trocar a tomada de casa. Ok, verdade... mas vá comprar um aparelho novo com esse maldito plugue de três pernas que não serve na sua casa, e me diz como se sente... uma alegria só...

E é isso, de caso em caso vai ficando forte a impressão que as decisões no país são tomadas sempre de acordo com a vontade da maioria. Maioria em torno dos mandatário de plantão, claro.